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Beiju de tapioca com parmesão, tomate e manjericão super fácil
   11 de abril de 2023   │     23:43  │  0

Antes de falar sobre a deliciosa receita de Beiju de tapioca com parmesão, tomate e manjericão, vou contar para vocês um pouco da história por trás desse ingrediente tão consumido e apreciado na culinária brasileira: a goma e as deliciosas iguarias originadas pelo seu uso, como o beiju, um dos queridinhos na cozinha das minhas avós. 

Primeiro de tudo, é preciso discernir o que é tapioca e o que é goma. Goma é a fécula extraída da mandioca e a  tapioca é o prato final, aquele que   recheamos com outros diversos ingredientes. Para quem mora em Maceió, assim como eu, já deve ter visto as famosas barracas das Tapioqueiras feitas especialmente para o comércio de mais de 80 sabores de  tapiocas, na orla de Maceió. 

As possibilidades de recheio são mesmo infinitas. São mais de 30 barracas que oferecem o produto alvinho, onde os turistas, e até mesmo nós, nativos da capital,  vão até a orla, especialmente no final de tarde, para apreciar o pôr do sol e saborear uma das deliciosas opções de  tapioca. 

Mas, a verdade é que  a queridinha massa branca é prato certo e não tem hora e nem lugar certo para seu consumo. Ela está presente na mesa do café da manhã acompanhada de um café quentinho, ou no lanche da tarde acompanhada de um suco de fruta. 

É um dos pratos mais tradicionais em Alagoas, e mais predominante no Norte e Nordeste do Brasil. Mas, não é apenas nas duas regiões que essa iguaria é consumida. Ela é consumida em todo o Brasil, em diversos estados e até mesmo no exterior. No Centro Oeste, Sudeste e Sul, por exemplo, é conhecida como Polvilho Doce, e aqui no Nordeste e no Norte, muita gente  se refere à tapioca como Goma. 

Alguns dos  fatos interessantes sobre a  tapioca é que ela tem  origem indígena e foi descoberta em Pernambuco. Pouco após os primeiros anos de conquista e colonização, pela falta de trigo,  os colonizadores portugueses a consumiam  como substituta para o pão. O hábito se espalhou pelos demais povos indígenas, como os cariris no Ceará e os Jês, na Amazônia oriental, e posteriormente se tornou a base da alimentação dos escravos no Brasil. 

Interessante notar que podemos encontrar esse hábito de substituir a tapioca pelo pão nos dias atuais.  Já que, ao contrário das farinhas de trigo e até mesmo farinhas de aveia, a tapioca não tem glúten ou lactose. Dependendo do recheio, ela pode continuar uma refeição de baixíssimo teor calórico, substituta perfeita para quem está seguindo  uma dieta focada em emagrecimento, ou com restrições.

Outro fato interessante é que a tapioca é um alimento reconhecido como patrimônio histórico e artístico cultural imaterial brasileiro pela UNESCO. Eita alimento poderoso! 

Agora vamos falar um pouco do Beiju!

Beiju com emulsão de gorgonzola e geleia de abacaxi com bacon

Na minha casa, comíamos mais o beiju, que  nada mais do que uma tapioca desidratada, mais fina e crocante. Ao passar pela panela, ela fica crocante como se fosse uma cream cracker. É uma coisa que as minhas avós sempre faziam  e a gente sempre tinha em casa para comer com manteiga ou com requeijão. 

Agora, tento trazer o beiju para o meu cardápio sempre que possível e das formas mais variadas. No restaurante eu sirvo ele com emulsão de gorgonzola e uma geleia de abacaxi com bacon. 

Segui a receita do Beiju de parmesão com concassé de tomate e manjericão. Ficou uma delícia e é por isso que trouxe para vocês aqui. Dá uma conferida. Espero que gostem!

Receita de Beiju de Parmesão com Concassé de tomate

  • 200g de goma 
  • 100g de parmesão 
  • 50ml de azeite de oliva 
  • 2 tomates sem sementes picados 
  • Sal 
  • Pimenta 
  • Folhas de manjericão

Modo de preparo:

Peneire a goma na frigideira até formar uma camada fina.

Adicione o queijo parmesão ralado, retire da frigideira e coloque no forno até dourar levemente o queijo. 

Tempere o tomate com sal, pimenta, folhas de manjericão e azeite de oliva.

Sirva os beijus e finalize com o tomate temperado e as folhas de manjericão. 

Depois me conta aqui nos comentários como foi sua experiência com a receita, se gostou, e como você costuma comer a tapioca ou o beiju.

 

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O segredo da Panela de Caruru da vó Yêda Rocha eram os quiabos da Massagueira
   25 de novembro de 2022   │     8:41  │  2

Eu lembro que  vó Yêda Rocha sempre fazia uma panela de Caruru divina. Como você já deve ter experimentado ou ao menos ouvido falar, o caruru é um prato tipico da culinária brasileira.  Mas, hoje falarei sobre a panela de Caruru que vó Yêda   fazia.

O talento e o amor pela gastronomia vêm de família. Vó Yêda conta em seu livro “Delícias da Cozinha Alagoana”, que aprendeu a receita de Caruru com tia Lili: “Irmã do nosso pai, era uma cozinheira fina e guardiã das boas receitas antigas da família…”.

Foi também por suas temporadas em meio aos fornos do Engenho Varrela que boas receitas surgiram. Eu fico muito lisonjeado em fazer parte da história que existe por trás de cada receita que minha avó compartilhou com a gente. Assim posso trazer um pouco do legado da tradicional da gastronomia alagoana para a nossa cozinha.

O mais legal é recordar que  vó Yêda  sempre comprava os quiabos de um senhorzinho que tinha uma plantação na Massagueira. O que fazia toda a diferença no resultado final, porque os quiabos eram bem fresquinhos e novinhos.

Nós  comemos esse caruru a vida toda. E é  por isso  que acredito que  a gastronomia tem esse valor tão simbólico para mim. Ela vem dos momentos em família. Faz parte da nossa história, da nossa cultura. Quando cozinho a panela de Caruru que a vó Yêda ensinou, é uma maneira que encontro de sempre voltar as minhas raízes.

Ela partiu este ano, e embora eu sinta muitas saudades, poder fazer e compartilhar a sua receita, é uma forma de dar vida a vó Yêda. De lembrar que devemos continuar festejando e  brindando as nossas conquistas ao redor de uma mesa farta de panela de caruru na companhia dos nossos amigos e familiares.

A panela de Caruru tem o quiabo como principal ingrediente. Um fruto trazido junto com o dendê para o Brasil pelos africanos escravizados, constituindo hoje um prato típico da culinária nordestina.

Além de protagonista de receitas deliciosas, o quiabo é consumido de várias formas, e  traz vários benefícios à saúde. Importante para visão, mucososas em geral e para a pele. Além de ser rico em  vitamina C e B1 e antioxidantes. É  por isso que também ajuda no aumento de defesas do organismo, prevenindo doenças e envelhecimento precoce.

É o ingrediente essencial para aquela acarajé que dá água na boca. Mas, em Alagoas, o quiabo é um protagonista  da receita que trago para vocês hoje.

Vamos lá para receita de Panela de Caruru da vó Yêda!

 Ingredientes:

 100 quiabos verdinhos

3kg de camarão

Azeite de Oliva

Alho socado

Cebola ralada

700 ml de leite de coco Sococo (ou leite de quatro cocos)

1 litro de agua fervente (para o leite dos cocos)

Tempero para o molho (um tomate, um pimentão e um dente de alho, todos picadinhos, bastante cebola cortada em rodelas, extrato de tomate, pimenta-do-reino, limão, coentro e sal)

1 pires (bem cheio) de amendoim sem pele e torrado

1 pires (bem cheio) de castanha de caju

Uma palma (pedaço pequeno) de gengibre descascado e ralado.

Azeite de dendê

Farinha de mandioca (com goma), se necessário

 Primeira etapa do preparo

Lave os quiabos inteiros, raspe para retirar os pelos e enxugue-os bem. Corte-os em rodelas e leve ao fogo com água já quente. Deixe cozinhá-los sem mexer, para não desmanchá-los. Evite que o quiabo junte muita agua. Não tampe a panela nem coloque tempero, para não perder a cor. Reserve.

Segunda etapa do preparo

 Refogue o camarão com bastante azeite de oliva, alho socado e cebola ralada. Reserve.

Terceira etapa do preparo

 Tire o leite dos cocos com água fervente. Faça um molho bem temperado e incorpore ao leite de coco. Leve ao fogo, mexendo sem parar, até cozinhar os temperos. Bata no liquidificador e volte ao fogo sem peneirar. Ajuste o sal e continue cozinhando até o molho engrossar. Retira uma concha deste molho e bata no liquidificador, junto com o amendoim, a castanha e o gengibre. Acrescente ao molho de coco. Reserve.

Última etapa do preparo

Misture o quiabo e o camarão ao molho de coco. Volte ao fogo para ferver, mexendo delicadamente. Verifique o sal e adicione o azeite de dendê. Caso tenha juntado muita água durante o cozimento dos quiabos, engrosse com um pouco de farinha de mandioca com goma, desmanchada a parte para não embolar.

Acompanha Arroz de coco e Molho de camarão e pimenta.

Bom apetite e depois me conta sua experiência com a panela de Caruru!

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